I'm Sininho,

I'm Sininho,
nice to meet you.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

À minha amiga Kateline


Foi num misturado de emoções que recebí a notícia do teu desaparecimento. Sabia que estavas mal mas não imaginava o quanto... Ao pensar em ti, imaginar o teu sofrimento, no que podería ter-te dito, as lágrimas querem rebentar. Eu sei que dizer-te o que quer que fosse não iría alterar a tua atitude, mas talvez diminuisse a dor.
É muito natural sentirmo-nos incapazes, não importantes, dispensáveis depois duma gravidêz dificil de conseguir e dum parto complicado. Vêmos alí uma criança pequenina nos nossos braços e não conseguimos ainda acreditar que é nosso, que é agora a nossa vez de mimar, cuidar, educar, criar para o resto da nossa existência. Tendo em conta o histórico, vivemos a gravidez toda em negação, não nos queremos agarrar a uma vontade tão grande, e quando damos pelo tempo já passaram 9 meses e o nosso filho já está a chorar com fome, com sono, com frio, com calor, com cólicas... E ao contrário do que se passa com os outros bebés que têm as suas mães para cuidar deles, agora somos nós. Eles choram e não podemos devolvê-los a ninguém pois esse alguém somos nós. Se ele chora no nosso colo então porque existimos?, fazemos falta para quê?
E ainda falta vir alguém dizer que se calhar devíamos fazer desta ou daquela maneira..., ah e tal porque ainda somos inexperientes..., mas será que estas pessoas que provavelmente já foram pais, não o foram também pela 1ª vêz?, e com as mesmas dificuldades, dúvidas, receios? Temos a sensação que se não existirmos o nosso filho não vai sentir a nossa falta....E tudo isto é tão estúpido para quem está de fora. Mas a verdade é que é mesmo estúpido, porque nada disto que sentimos é verdade. Porque nós também precisámos dos nossos pais, porque os nossos filhos são sempre nossos, só nossos; eles são o nosso sorriso, o objectivo de vida. É e tem de ser por eles que acordamos de manhã e vamos trabalhar todos os dias. São eles quem nos dá a energia necessária para aturar o chefe, os colegas, o dia a dia enfim. É tão bom chegar a casa e receber um abraço recheado de um beijo babado com pão, ou papa, ou sopa à mistura. Um sorriso. Uma gargalhada é tudo o que precisas para sorrires também e começares outro dia com toda a vontade de gritar ao mundo que o teu filho é o mais lindo.

Até sempre amiga, onde quer que estejas, fica um grande beijo.

2 comentários:

  1. Não conheço a tua amiga, mas onde quer que esteja, que tenha paz e um descanso eterno.

    ResponderEliminar
  2. Obrigada.
    Nunca devemos subestimar o sofrimento de alguém.
    Beijo à minha vizinha da frente mais linda.

    ResponderEliminar

quem diz o que quer ouve o que não gosta, portanto responde lá de tua justiça