I'm Sininho,

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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

ATL's e afins

Ainda tinha idade para frequentar os infantarios(quase) e já me 'fazia alguma espécie' o facto destes fecharem em agosto. Compreendo que as auxiliares e educadoras precisem de tirar férias; compreendo que seja necessário fazer uma limpeza profunda; compreendo que caso o infantário estivesse aberto de noite alguns dos pais iam fazer uso disso mesmo e até compreendo que algumas instituições não têm verbas suficientes para suportar mais ordenados ao fim do mês, sim, porque esta seria a solução para resolver a questão em causa(ou não?!).
Para que a maioria das pessoas possa estar de férias em agosto existe uma minoria que trabalha a triplicar nesta época do ano, bem como vésperas de feriado e as pontes daí resultantes. Nesta altura que não há infantários abertos e os avós, tios ou vizinhos ainda estão numa faixa etária activa, onde deixar as crianças? Da parte de quem trabalha nestes locais os argumentos são verdadeiros mas 'nadissima' válidos, isto é, é verdade que alguns pais, se pudessem faziam dos infantarios um deposito para as suas crianças; nestes meses de praia é frequente ver as mães cheias de areia irem buscar os filhos que entretanto também gostaríam de ter ido... mas não foram. E perguntamos todos para que foram estes pais terem filhos se estão o minimo de tempo com eles? Por outro lado eles pagam as mensalidades para que os filhos estejam lá... temos alguma coisa com isso?, concorde ou não com estas atitudes, não é comigo e portanto não tenho nada que ver com isso. Outro argumento que é dado é que não é possível trabalhar com menos pessoas do que as existentes na instituição, e eu sei que em abril ou maio já estão metade das educadoras ou auxiliares de baixa(e compreendo bem porquê) mas nesta fase já conseguem funcionar a 'meio-gás'. Porque não fazer férias rotativas e contratar alguém para fazer o lugar?, esta ou estas pessoas estariam o ano todo a substituir alguém que estivesse ou de férias ou de baixa. 'Não existe dinheiro', existem subsidios do estado para 'tudo' e para melhorar a rotina e estabilidade dos nossos filhos(além de andar a saltitar da casa da prima para a casa do vizinha, a criança é contagiada pelo stress dos pais) e já agora contribuimos para a empregabilidade dos portugueses.

Com isto tudo, e só porque sou trabalhadora independente, não obstante o meu patrão(que sou eu)não concorde com o facto de manter crianças no local de trabalho, além das tesouras, pentes, escovas e secadores vou ter comigo três crianças no salão. Não sei se tenho mais pena de mim ou delas mas a coisa até tem resultado bem e quem sabe se isto dos cabelos der para o torto, chegar-me a crise, sei lá..., penso em abrir um ATL(actividades de tempos livres)


(dada a importancia do conteúdo, este texto merecia ser escrito por alguém que saiba de facto fazê-lo. Pelo menos eu tentei passar a mensagem.)

3 comentários:

  1. Isto vai ter sempre ao mesmo assunto: dinheiro. Alguns pais não pensam na responsabilidade (inclusivamente a financeira)que é ter filhos; outros até pensaram mas a vida trocou-lhes as voltas e, quando dão por ela, estão mortos por encontrar quem tome conta deles... Outros ainda, até querem tomar conta dos miúdos, estar com eles..., mas trabalham que nem uns desgraçados e não têm tempo. Do outro lado, temos uma série de pessoas ligadas à área da Educação que até gostavam de trabalhar nas férias - pelo menos, era um emprego, mesmo que efémero - mas o orçamento da ministra é para reduzir, não é para dar mais emprego...O que vai valendo, no meio disto tudo, são os carolas que se disponibilizam para trabalhar quase de borla e é à custa de muitos deles que isto vai andando...

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  2. Bem, pode ser que os miúdos se comecem a identificar com o salão. Quem sabe se um dia não quererão ter a mesma profissão que a sininho? :)

    R.

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  3. Austeriana, paga sempre o justo pelo pecador.

    R., 'os miúdos' são a minha sobrinha, a minha afilhada(ambas de 9 anos e estão portanto naquela idade que todas as meninas sonham ser cabeleireiras) e o Júnior lá de casa(tem quase 1 ano mas com a vontade que tem de arrancar cabelos às infelizes que tentam pegar-lhe ao colo, duvido que queira seguir a profissão).

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quem diz o que quer ouve o que não gosta, portanto responde lá de tua justiça